sábado, 27 de abril de 2024

CHORAMINGANDO ll

O que resta de mim...
Se tenho quase tudo
Tão demasiada importância 
Ao pouco que não tenho
Para saber o que resta de mim
Subtraio o quanto me doou
O quanto sacrifico em silêncio 
Quase vazio por dentro
Mendigando calado algo para me preencher
Porém não suporto adorno e adereços
Sinto falta de ser poético 
Sinto a idade
Como maresia no concreto
Querem abrir os meus olhos
Enquanto eu
Quero continuar dormindo
Querem me mostrar a verdade
E não é sobre Jesus
Sempre querem algo
Já levaram quase tudo
O brilho dos meus olhos
E o contágio do meu sorriso
Tiraram além do que podia
Estou pobre de mim

quarta-feira, 24 de abril de 2024

CHORAMINGANDO

Estamos juntos ou próximos?
Esteja ao meu lado e não vá embora
Aceite-me como sou
Faça-me se sentir seguro
Dê-me o seu tempo e eu lhe darei todo o meu
Aos poucos em passos lentos, quase parando, eu serei melhor
E farei de tudo que a minha condição permitir

Passo pelo inferno 
E quando tudo começa a melhorar
Aparece alguém para me levar de volta
Sofro sem dizer um “a” a seu ninguém
E uso da escrita para choramingar
Não há ar em meus pulmões para encher o saco de alguém


Sem paciência para jogos de sedução
Não haverá disputa pela sua atenção


Ando tentado a quebrar a minha palavra
Tentando esconder que estou cheio de fraquezas
Ando tentando fugir de mim
Sentindo-me tão pobre
E nem é sobre ter dinheiro
Talvez seja o que resta de mim
    que     resta    de    mim?


quarta-feira, 1 de novembro de 2023

No Espelho III

 


... Pode não ser o suficiente
Dessa verdade eu me tornei ciente
Ao voltar a sentir sede após secar o recipiente
Cada obstáculo me torna mais resiliente
Para aguentar a porrada e me manter consciente
Poder sorrir na dificuldade, da vida é o presente
 
Chegou uma hora que cansei de observar
Ser sugado e sentir a dor do outro me machucar
Cheio de tudo, para mim, ter que guardar
Incapaz de confiar em alguém para compartilhar
Alguém que não use, o que ouso dizer, para me magoar
Tão sensível e frágil que não posso as defesas abaixar
 
Todas as máscaras que uso para me esconder
Me pergunto o que é que não consigo perceber
O quê no meu interior não estou conseguindo ver
Estarei tão quebrado e distorcido que não posso crer?
 
Em certos lugares e situações não me encaixo
Para vencer as minhas batalhas dou a volta por baixo
Me tira uma dúvida, mas elas são tipo frutos que dão em cacho
Como criança imatura já resolvi tudo na base da briga
E hoje acham que o meu silêncio é birra
Porém tem tempo que sosseguei o facho 

domingo, 29 de outubro de 2023

No Espelho II

Sempre volto a me repetir
Em minha cabeça se passa um mundo
O peso imenso me deixa na lama, imundo
Invisível, ninguém vê a minha força de vontade
Mesmo ficando mais difícil conforme a idade
Não me deixa sucumbir
 
Estou aprendendo a ter cuidado com o que desejo
Para me levarem a sério, quis parecer mais velho
Por não pedir direito acabei ficando careca cedo
Para os sentimentos que matei, sigo o cortejo
Já morri de vontade do que não era para mim
Pensei até a cabeça doer antes de decidir
 
Somente os meus questionamentos levo ao espelho
Olhar para as partes de mim que esqueço
Como retrovisor mostra o quanto percorri
Quanta pressa tive antes de saber aonde ir
Desgabo e elogios ficam de fora da reflexão
Por ser recruta e não concordar paguei flexão
 
Paro ou continuo, no final eu decido
Para dar degraus eu tenho descido
Falam o quanto eu poderia ter sido
Buscam no multiverso outro futuro a ser tecido
Me fizeram planos e eu não vi sentido
Já dei tudo de mim para ver o outro preenchido
 
Tudo...

domingo, 1 de outubro de 2023

No Espelho I

Não consigo lidar de uma só vez
Com todas as minhas emoções
Não quero ser o centro das atenções
Também não quero ser deixado de lado
Quero que não dependam de mim
Ajudarei quando for necessário
 
Busco para tudo um equilíbrio
E por várias vezes fiquei na corda bamba
Tento fazer parte sem incomodar
Sou a pessoa da terceira camada
Sem sonhos ou planos que possa dividir
Quero tão somente ficar em paz
Continuar fugindo de brigas e confusões
 
Me reconheço, depois me esqueço
Quando desperto logo percebo
Que tenho o meu jeito de demonstrar
E mesmo que eu tente ser diferente
Meu instinto volta a me dominar

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Sem Entrelinhas

Faz alguma noção do que busca aqui
Ou somente anda perdida?
Pensei que estivesse resolvendo a sua vida
Não fique presa na minha, não há mais lugar
Tenta deixar pegadas para que eu te siga
Que eu me interesse pela sua vida
Sinceramente, não sei o que espera encontrar
Um sinal de que esta no caminho certo
Um cão fiel à espera do seu dono
Algum gatilho de que vive a felicidade
Ando cuspindo sinceridade
Quer convencer de óculos escuro
Para esconder a tristeza no olhar
O que ainda quer de mim?
Me atormentar pelo resto da vida?
Quer me vigiar? Pensar que se importa comigo?
Quer fazer parte de algo? 
Não consegue seguir em frente
Ou somente isso não basta?
Quer uma palavra de conforto
Uma passada de mão na cabeça
Não posso dar a minha benção
Já fechei o meu corpo

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Água

A fim de conhecer-me
Faço do silêncio
O meu retiro espiritual
Entrego-me ao destino
Para, quem saiba no futuro
Possa algo decidir
Tenho me coberto de medidas
Para aprender a dosar
Com a ajuda
De quem sempre me ajuda
Fiquei longe de me entregar a solidão
E mesmo ferido
A quem me procura por ajuda
Continuarei estendendo a mão
Encarei a realidade
Sobre impor e me impor
Entender do outro, a dor
Meus dilemas pessoais
O que quero e o que não quero mais
Se for para lutar por algo
Prefiro ficar em paz
Por experiência aprendi
Amar sempre foi para mim
Uma coisa dolorosa
Como pode o amor ser verdadeiro
E aos poucos ir te matando
Meu amor era como
Oferecer a quem tem sede
Água não tratada 

Sem Titubear

Ignorando o que me seduz
Fui ao oposto a luz
Precisei me encontrar
Abro mão do que me faz jus
Fui paciente atendido pelo S.U.S
Precisei me resgatar
 
Recebo felicitações
Sem celebrar as minhas realizações
Inflar ego é igual abastecer carro a gás
Sobre as minhas falhas
Me afundo em mágoas
De tudo que me sinto incapaz
 
Tudo em movimento
A cada instante temos menos tempo
O que vale a pena conquistar
Me pergunta sobre a glória
Qual o sabor da vitória
Será bom o bastante para deixar de amargar?
 
Talvez eu seja um caso à parte
Não mudarei para que me encaixe
Nem vou titubear
Após a morte, para quem
Não quer estar abaixo de ninguém
Um cemitério no ar